A evolução das constelações familiares foi acompanhada por um novo entendimento da nossa alma e do nosso espírito. Uma resenha até chegar ao trabalho atual do filósofo alemão Bert Hellinger sobre os caminhos para a reconciliação.Guia para conhecer e curar a função que tem o “espírito” em Bert Hellinger e que significado tem a proclamaçao de umas “novas” constelações familiares “do espírito”. Em livros de Autoajuda
Bert Hellinger, CONSTELAÇÕES FAMILIARES DO ESPIRITO - UMA RESENHA, editado por Alma Lepik, diretora Tiiu Bolzmann.
Encontrei-me com as constelações familiares, porque já existiam antes de mim, quando Thea Schoenfelder deu-me a conhecê-las durante as semanas de Psicoterapia em Lindau, e escolheu-me como representante do pai de um jovem esquizofrênico. Completamente ingênuo, deixei colocar-me seguro de mim mesmo e com bom ânimo. De repente, mudou de lugar o representante do jovem e caí em um abismo. Já não era eu mesmo. No final da constelação, senti-me como em outra paisagem, amplo e tranquilo. Depois, encontrei-a novamente nas semanas de Psicoterapia em Lindau. De novo, estive profundamente comovido pelo seu trabalho com as constelações familiares, mas não podia entendê-lo, sobretudo porque não dizia nada sobre o transfundo. Anos depois, assisti por quatro semanas um seminário extenso sobre terapia familiar em Snowmass, no alto das Rocky Mountains. Foi dirigido por Ruth McClendon e Les Kadis. Também mostraram algumas vezes as constelações familiares. Estive novamente no papel de um representante e, de novo, tive meus altos e baixos. Não consegui compreendê-lo e eles tampouco o explicaram. Um ano depois vieram Ruth McClendon e Les Kadis à Alemanha e ofereceram dois cursos em terapias plurifamiliares, isto é, por cinco dias fizeram terapia simultaneamente com cinco Famílias, Pais e filhos. Novamente, pude dificilmente compreender os detalhes. A experiência estava lá, porém a compreensão não. Ainda assim, percebi que aqui estava o futuro.
Depois de um ano chegou o momento.
Atrevi-me a essa tarefa. Anteriormente aconteceu algo que me facilitou o acesso. Comecei a compreender aonde chegavam as constelações familiares. Durante muitos anos ofereci cursos a partir da "Análise de Roteiro“ que desenvolveu Eric Berne o criador da "Análise Transacional“. Em seu livro “Qué dice usted después de decir hola?” descreve-a extensamente. Ele descobriu que vivemos nossa vida conforme um plano secreto, que, como um roteiro, representamos quase literalmente no cenário da vida. Com isto compreendi que esse roteiro com qual atuamos em nossa vida já foi anteriormente representado por outra pessoa da nossa família. Que o assumimos em sua maior parte e basicamente o repetimos. De repente, percebi o que era uma implicação sistêmica e entendi de onde surgia: Nossa vida está envolvida no destino de outra pessoa. Estamos envolvidos no destino de pessoas que desapareceram da nossa família porque foram esquecidas ou excluídas. Em um instante entendi, o que acontece em uma constelação familiar. Em uma constelação familiar aparecem, através dos representantes, quem são os excluídos e como podem ser reintegrados na família e em nosso coração, para o alívio de muitos. Na mesma época tive a ideia, enquanto escrevia uma conferência sobre culpa e inocência em sistemas, que existe uma ordem de procedência ou lei de hierarquia, ou seja, que em um sistema aqueles que estavam primeiro têm prioridade sobre aqueles que chegaram depois. Para mim desde este ponto seguiu a história exitosa das constelações familiares. Como foi? Lendo este livro[1] você também poderá experimentá-lo internamente com um alívio e uma nova confiança plena.
As constelações familiares desenvolveram-se muito facilmente. O constelador escolhe representantes para a família do cliente e este os coloca em frente de um grupo relacionados uns com outros. Algumas vezes, será o cliente quem escolha os representantes. Os representantes sentem-se, de repente, como as pessoas que estão representando. Sem conhecê-las e sem que tenhamos dito algo sobre estas. Algumas vezes, falam com a voz destas pessoas e têm seus sintomas. Por exemplo, começam a tremer ou não escutam nem enxergam bem. Este fenómeno é difícil de imaginar e não pode ser explicado convencionalmente. Se tentarmos, podemos dizer que o representante entra em outro campo espiritual. Rupert Sheldrake chama-o de um campo morfogenético, isto é, neste campo estão armazenados os acontecimentos anteriores e os sentimentos relacionados de um grupo em uma memória coletiva. Acrescentaria que esse grupo também tem uma consciência coletiva que ordena o que devem fazer ou deixar de fazer para merecer e garantir a pertença a esse campo espiritual e a sua família. Tudo isto pode ser apreciado, porém ainda assim, não é suficiente para uma explicação extensa.
Antes de continuar, descreverei como, a princípio, desenvolvia-se uma constelação familiar e os efeitos que tinha. Depois que os representantes eram colocados, perguntávamos ao cliente como se sentia. Normalmente, sentia-se muito consternado pelo resultado, porque era muito diferente ao que imaginava. Então, perguntávamos aos representantes como se sentiam. Depois os mudávamos de lugar até que todos se sentissem bem. Frequentemente, escolhíamos outros representantes e incluíamo-los. Por exemplo, quando todos olhavam para a mesma direção significava que tinham olhado para alguém que tinha sido excluído ou esquecido em uma família. Muitas vezes, tratava-se de uma criança que morreu com idade precoce. Quando alguém era colocado como representante para essa criança, as outras davam um suspiro de alívio, desta maneira revelou-se uma ordem oculta do amor, que mais tarde, demostrou-se como fundamental. Qual foi essa ordem do amor? Cada membro de uma família tem o mesmo direito de pertença. Muitos problemas em uma família, assim como doenças, têm suas raízes na exclusão de um membro familiar. Por exemplo, quando uma criança foi afastada ou mantida em segredo. Toda a atenção na constelação se concentrava na família presente ou na família de procedência. Principalmente quando se tratava de um casal com filhos, podíamos observar frequentemente que seus problemas estavam relacionados com algo inconcluso nas famílias de origem. O enfoque ficava limitado em estas duas famílias. Apesar disto, resultava muito exitosa esta forma de constelação familiar. Ajudou muitas pessoas. Foi entendida como uma ampliação da Psicoterapia e ficou, em grande parte, limitada a esse campo.
A evolução das constelações familiares foi acompanhada de um novo entendimento da nossa alma e do nosso espírito. Porém, especialmente de uma nova compreensão dos limites de nossa consciência. Por exemplo, quando nossa consciência coloca limites ao nosso amor e aos nossos relacionamentos.
Este entendimento eu o concentrei mais tarde sob a denominação de "Hellinger Sciencia“. Foi comprovado que minhas percepções sobre as ordens do amor são válidas para todas nossas relações, muito além de nossa pessoa e de nossa família. É uma ciência própria, uma ciência criadora em movimento. Esta ciência revela-se nas constelações familiares, é experimentada. Esta ciência dissolve os limites das anteriores constelações familiares e os limites da Psicoterapia.
Antes de continuar, direi algo sobre o espírito e como se manifesta nos movimentos de nosso corpo e nossa alma. Aqui volto ao fenômeno no qual os representantes de uma constelação familiar, de repente, sentem-se como as pessoas que representam sem saber nada sobre elas. Posteriormente perguntei, somente em raras ocasiões, como se sentiam. Na maioria das vezes, coloquei somente um representante do cliente em vez de colocar a família toda. Para isto era importante que o representante –sem saber nada do cliente- se abandonasse somente ao movimento interno, tal como se sentia tomado por ele, interna e exteriormente. Esta maneira de proceder vai mais longe das constelações familiares clássicas. Já não preguntávamos sobre os sentimentos. Nenhuma pergunta sobre as expectativas e medos. A constelação não se dirigiu para um objetivo que foi estabelecido pelo cliente e ao qual o constalador colocou-se a serviço. Tudo foi abandonado aos movimentos, da maneira em que o representante foi tomado por estes. Foi-se muito além da ideia que se tem de problema e solução e além da Psicoterapia em seu sentido habitual. De repente, foi revelado o que realmente acontecia nos representantes quando eram movimentados por outra força. Percebiam-se como um “médium”, movimentados e tomados pelo poder de outra força. Também o constelador seguia esses movimentos. Também ele se deixava tomar e guiar por estes.
Exemplo
Se o representante do cliente permitir ser guiado pelos movimentos do espírito, olhe algumas vezes para o chão sem que possa evitá-lo. Com a experiência de muitas constelações sabemos o que isto significa. Esse representante está olhando para um morto, ainda é atraído para um morto. Isto é, falando muito claramente: O cliente deseja morrer. Desta maneira, revela-se o verdadeiro movimento tratando-se de (a situação de) este cliente. Em sintonia com este movimento intervém o constelador. Escolha um representante para esse morto e peça-lhe que se deite no chão de cabeça para cima em frente do primeiro representante. Este representante também se deixará levar pelo movimento interno. De repente, surgirá algo diferente, algo inesperado. O representante do morto dará as costas para o primeiro representante. Olha para a direção contrária. Isso significa que em vez de olhar para o representante do cliente está olhando para outra pessoa. Novamente revela-se algo inesperado, sem que se tenha dito uma só palavra. Não é o cliente quem é atraído para esse morto, senão outra pessoa. Então o constelador escolherá outro representante e o colocará lá para onde está olhando o morto. De repente se girarão frente a frente e o representante do cliente suspirará aliviado. Que se mostra aqui? O cliente deseja morrer no lugar de outra pessoa. Podemos imaginar que alívio será para ele quando, de repente, percebe que se tratava de uma transferência, de uma implicação sistêmica. Desta maneira, as constelações familiares espirituais superam em muito os limites das constelações familiares clássicas.
Quem ou que é a guia nas Constelações Familiares Espirituais?
Evidentemente os representantes e o constelador estão guiados e possuídos por uma força nas constelações familiares espirituais. Para onde são guiados? Por cima de todas as separações serão reunidos aqueles que antes estavam desconectados e separados. Essa força é a força do amor, que revoca todas as separações. Que significa isto em detalhe? As diferenciações entre "bom“ e "mau“ ou entre "pertencente e excluído“ que frequentemente tínhamos em primeiro plano, já nos são válidas. O que esperávamos da atual psicoterapia perde importância e com isto tudo o que desejávamos alcançar com nossa boa consciência e vontade. Tudo isto acontece independentemente das nossas ideias e da nossa maneira habitual de pensar. Nas constelações familiares espirituais desenvolve-se diante dos nossos olhos, sem intervenções externas clara e evidentemente, a intervenção de algo diferente, um poder espiritual. O representante e o constelador comportam-se como meios, que atuam por meio de outras forças. Estas conduzem a soluções que até agora estavam negadas. Que aconteceu com as constelações familiares praticadas anteriormente? Conservam ainda seu valor, porém com limites. Ao mesmo tempo, serão superadas na medida em que o constelador e todos os partícipes guiados por ele se deixem introduzir a algo maior. Quando se introduzam e estejam sujeitos á direção dos movimentos do espírito que superam os interesses pessoais.
Perdem algo com isto? Não, todos ganham.
Onde estiveram e estão os limites das constelações familiares tradicionais? Encontravam-se nas imagens internas do certo e errado, da injustiça e justiça e da liberdade e consciência de si mesmo. Essas representações internas bloqueavam a visão das ordens do amor que se encontravam mais profundamente e das consequências desta falta de ordem, já seja transgredindo estas ordens consciente ou inconscientemente. Quais ordens do amor não foram observadas e não lhes foi dada atenção? Em primeiro lugar a Ordem de que todos aqueles que pertencem a nossa família têm o mesmo direito de pertença. Por exemplo, todas as crianças dadas à outra pessoa, escondidas ou abortadas (aborto espontâneo ou provocado). Também todos aqueles que declaramos culpados. Em segundo lugar: em uma família existe uma hierarquia conforme o tempo de pertença à mesma. Isto é: aqueles que já estavam aí antes terão primazia sobre aqueles que chegaram depois. Por esse motivo, antes dos filhos estarão os pais e o primogênito estará antes dos filhos que nasceram depois. Deste modo, cada membro da família terá seu próprio lugar. Ninguém poderá nem deverá disputá-lo. O mesmo será valido para outros grupos. Cada tentativa de disputar o lugar de outra pessoa, impondo-se por cima dela, terá consequências de grande alcance. Em nossa cultura, esta lei está na maior parte suprimida, fato que não poderá evitar que experimentemos as consequências de tê-la infringido. A gravidade das consequências por estas leis não terem sido atendidas sairá à luz em uma constelação familiar. No final, conduzirá a mortes na família. Em outros grupos, este desacato conduzirá inevitavelmente ao fracasso e à ruina. O desacato desta lei precede todas as tragédias, na medida em que alguém que nasceu depois tentará assumir algo daqueles que o precederam que estará proibido para este que chegou depois.
A lei da hierarquia deve considerar-se também nas constelações familiares. Um constelador, a quem um cliente pede ajuda, entra nesse momento na família, porém no último lugar. Cada tentativa por sua parte de colocar-se por cima de outro membro da família está condenado ao fracasso. Especialmente quando desejar ser um melhor pai ou uma melhor mãe para o cliente. Ainda pior, quando desejar ser o homem mais compreensivo ou a mulher mais atenta para um casal. Com isto surgirá uma relação triangular que excluirá um membro do casal. Em vez de juntar o casal, os separará. Por esse motivo é que um constelador somente poderá ajudar quando mantiver no alto os pais do cliente, assim como ele anteriormente manteve no alto seus próprios pais, e especialmente sua mãe.
A violação da ordem hierárquica manifesta-se em uma família, especialmente quando um filho desejar assumir algo pelos seus pais para salvá-los. Quando um filho perceber que um dos seus pais adoece tanto que deve morrer ou, por exemplo, que sua mãe sente atração pela morte (in den Tod zieht) ou quer suicidar-se, seu coração lhe diz: melhor eu que você. Com esta resolução interna se manifesta um amor profundo. Ao mesmo tempo, ele coloca-se por cima dos seus pais. Este amor conduzirá inevitavelmente ao fracasso. O filho adoecerá, até morrerá, sem que com isto tenha conseguido resgatar os pais. Esta confusão mostra-se também à inversa, quando os pais em segredo fazem um filho carregar algo, que eles deveriam carregar sozinhos. Por exemplo, as consequências de uma culpa. Que dimensões podem ter as consequências de ter infringido a ordem hierárquica e a que tragédias levam, aqui também podemos vê-lo claramente. A mesma sorte terá alguém que tentar ajudar e relacionado com isto, um constelador que não respeitou a ordem hierárquica. Por exemplo, quando desejamos diminuir ou dissimular as consequências de uma violação á ordem hierárquica em vez de atribuí-las ao cliente. Neste sentido ajudar é um oficio perigoso, quando aquele que deseja ajudar viola ou faz caso omisso desta ordem. Nas constelações familiares espirituais não se apresenta esta questão. Aqui se encontra a guia em outro lugar. O constelador estará a serviço de outras pessoas. Somente será um mediador sem envolver-se como acontece na ajuda habitual.
A transgressão da ordem hierárquica acontece frequentemente com boa intenção. Acontece por amor. Deriva de um amor inocente e é transgredida com boa intenção. Na nossa cultura e religião esse amor é louvado como o maior. Por exemplo, quando alguém como Jesus, ao menos pelo que foi dito sobre ele, oferece sua vida para salvar-nos de nossos pecados. Como recompensa pelo seu sacrifício, ele foi elevado para o céu com Deus e transformou-se em seu filho. Em uma criança, que está disposta a sacrificar sua vida para salvar sua mãe ou seu pai –ou na vida, quando alguém em sua ilusão deseja resgatar outra pessoa, na medida em que está disposto a tomar seu destino- este amor conduze-o a que se sacrifique com a ideia de poder pertencer de uma maneira especial a sua família ou a esse grupo. Esta ideia e esta maneira de atuar derivam de uma boa consciência.
A que chamamos inocência? Como se experimenta em nossa alma? Experimentamo-la como a certeza de poder fazer parte, até mesmo à custa de nossa vida. A certeza de poder fazer parte de uma maneira especial é mais importante que a própria vida. Quem sacrifica sua vida desta maneira comumente se sente como o escolhido. Aqui ainda algo tem importância. Aqueles que estavam lá antes são percebidos como mais importantes que aqueles que chegaram depois. Aqui são mais importantes os pais que os filhos. Os filhos o percebem. Preferem sacrificar-se antes que perder seus pais. “Em sentido inverso, os pais falam internamente para um filho “melhor você que eu”. Aqui também a ordem hierárquica terá efeitos ocultos. “Este é o transfundo decisivo para as crianças sacrificadas, como era realmente na antiguidade ou, em sentido figurado, por exemplo, na ideia dos filhos “melhor eu que vocꔓ. Também encontramos essas ideais entre os casais. Aqui também, algumas vezes, um dirá para o outro internamente “melhor você que eu“, e a outra pessoa dirá “melhor eu que você“.
As constelações familiares espirituais superam esta inocência perigosa. Aqui cada qual estará diretamente diante daquele poder espiritual que dirige sua vida. Conduzirá cada um, se confiarmos, a outra liberdade além dos limites da nossa consciência e, passo a passo, nos liberará de nossas implicações sistêmicas. Isto requererá que o constelador esteja nesse caminho e continue caminhando por ele. Caso contrário, prender-se-á tanto a si mesmo, como ao cliente, e os participantes, em seu grupo, á boa consciência e suas consequências perigosas para muitas pessoas.
Somente quando reconhecermos os limites da nossa consciência e os superarmos em harmonia com os movimentos do espírito, as constelações familiares serão para nós um caminho para atravessar as fronteiras entre os povoados. Reuniremos ou reconciliaremos o que antes estava oposto. Por exemplo, quando os povoados que antes estavam em guerra ou tinham que ir para a guerra choravam em comum os mortos das duas partes. Se por cima de suas tumbas se derem a mão e com respeito mútuo para o bem de todos trabalharem juntos. Também aqui sairá à luz através das constelações familiares espirituais, o que pode atrapalhar este futuro comum e como esses obstáculos podem ser superados. Aqui começará também a paz nas almas, enquanto ambas as partes fiquem juntas embaixo, sem colocar-se por cima de outras pessoas e sem agarrar-se a recriminações.
As constelações familiares com sua ampliação na área espiritual além dos limites da consciência, má ou boa, confirmaram-se como revolucionárias e de muita ajuda também nos âmbitos públicos de profissão e de empresa além do âmbito pessoal. Especialmente porque se adentram bastante no passado. Trazem à luz as causas escondidas do sucesso e do fracasso e fazem possíveis mudanças decisivas. O passado significa aqui que também aqueles antepassados dos quais nós não sabemos nada, já que estes viveram muito tempo antes que nós, e que os acontecimentos que ficaram sem uma solução aparecem nas constelações familiares espirituais, e nesse momento somos conscientes que nossos antepassados continuam vivendo em nós e através de nós desejam concluir algo que nos dará a todos a paz. Com isto os detalhes ainda ficarão ocultos. Os movimentos decisivos se experimentam e chegam ao seu fim, por exemplo, aqueles que as vítimas e os perpetradores reconciliam mutuamente.
Com isto, algumas vezes, mostra-se que a eleição de nossa profissão está a serviço dessa reconciliação. Depois da nossa constelação, na qual se contempla os antepassados, nossas possibilidades são enormemente amplas. Também pode ser que nossa vida e nossa profissão tomem um rumo novo e que nossas capacidades reprimidas até agora saiam de um puxão (voll zum Zuge kommen). Algo mais, algumas vezes, será revelado. Que uma pessoa do nosso passado –mesmo que não saibamos nada sobre ela- possa tomar possessão de nós e que nossas emoções, especialmente as emoções agressivas, sejam as suas e não as nossas. Aqui também se facilitará e será possível uma solução através das constelações familiares espirituais.
Algo que ainda para muitos pareça estranho mesmo que também seja revelado nas constelações familiares espirituais. Nas constelações familiares espirituais nosso representante mudará e, algumas vezes, nós também mudaremos, quando imediatamente formos arrastrados a uma vida anterior. Especialmente quando naquele então algo ficou inconcluso e fez efeitos como Carma. Através das constelações familiares espirituais terminará esse Carma. Como? Com amor, com aquele amor espiritual que completa tudo, porque tudo o que se desviou o recuperará e o inconcluso o completará com amor.
Nos últimos tempos mostra-se, algumas vezes, um movimento nas constelações familiares espirituais que dissolve os limites destas. De repente, o representante e o grupo de participantes, mesmo que algumas vezes este alcance as cem pessoas, estarão envolvidos dentro de um movimento que alcançará outras dimensões. Todos serão arrastrados por ele, sem que possam fazer algo para evitá-lo. Aqui se trata, por exemplo, de movimentos que incluem todo um povoado e com aqueles que estiveram em guerra. Ou trata-se do trauma de guerras de extermínio, que aconteceram há muito tempo, como por exemplo, a invasão mongol. Nesse movimento irresistivelmente entra em ação um Carma que abrange vários povoados e finalmente encontra a paz. Constelações como estas não podem ser desejadas ou encenadas. Aqui entram em ação outras forças espirituais. Porém, sempre com um amor que abrange todos, curando e superando o passado para todos.