Instituto de Constelações Familiares Brigitte Champetier de Ribes / Brasil

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"Eu escolho a vida" a cada hora em ponto

Convidamos você, a cada hora, a criar uma nova vibração ao redor do mundo, dizendo “EU ESCOLHO A VIDA” junto com milhares de pessoas. Todos juntos a serviço da vida.



A "Benevolência" para todos nos torna felizes

Revista Hellinger, Março 2006..

Que faz os seres humanos felizes?

Extrato de um seminário de um dia "Ajuda para a vida" na Alemanha, em 9 de julho de 2005.

Esta é a questão. Quem é mais feliz? E quando fomos mais felizes?

Aquele que se sente mais feliz é a criança no seio da sua mãe. Existe algo que dê maior felicidade que esta relação íntima? Isto continua sendo válido para nós atualmente.

É na relação com nossa mãe – e depois com nosso pai – onde somos mais felizes. Ao longo da nossa vida, pode ter interferido algo que nos tenha afastado da nossa mãe. Então, agora, falta-nos algo.

O sentimento fundamental

Há alguns anos, um casal de terapeutas convidou-me para hospedar-me quatro semanas em sua casa. Eram umas pessoas maravilhosas, seu sobrenome era Haimowitz.

Um dia, enquanto este terapeuta animava um grupo, declarou que cada ser humano tinha em si próprio um sentimento fundamental e que ficará sempre neste sentimento fundamental porque é lá onde sentirá menos estresse.

Cada pessoa pode constatar rapidamente onde se encontra em seu sentimento fundamental. Por exemplo, imaginemo-nos uma escala entre menos cem e mais cem. O terapeuta diz que nunca é possível mudar este sentimento fundamental e que sempre retornaremos a ele.

Cada pessoa poderá verificá-lo por si mesma: onde se situam nesta escala entre menos cem e mais cem? Por debaixo de zero e onde exatamente? Ou bem por cima, e onde? Cada pessoa sabê-lo-á rapidamente. Quando olhamos para as pessoas, percebemo-lo rapidamente. Podemos ver imediatamente aonde se situa a pessoa nesta escala da felicidade.

Este homem afirmou assim que não era possível mudar o sentimento fundamental. E, no entanto, um dos meus descobrimentos revolucionários foi que podemos mudá-lo. Porque eu consegui realizá-lo e isso me fez perceber.

Um dia participava em um seminário e o terapeuta – cujo nome era Kadis – trabalhou pessoalmente comigo.

Ainda hoje lhe sou muito agradecido. Graças a sua ajuda, consegui ver o que minha mãe fez por mim. Estremeceu-me ver tudo o que minha mãe tinha feito por mim. Sempre esteve aí. Era uma mulher corajosa. Foi absolutamente incorruptível, sob o regime nazista. Quando se negaram a me dar meu título do Ensino Médio, porque me categorizaram como "prejudicial para o povo", foi falar com o diretor e lutou por mim como uma leoa. Depois disto, deram-me meu título do Ensino Médio. Nessa época, já fazia um ano que me havia inscrito no serviço militar. De repente, percebi que meu sentimento fundamental havia subido setenta e cinco pontos. Conseguem imaginá-lo?

Portanto, o vínculo com a mãe cria a felicidade. É uma das coisas que faz os homens felizes.

A felicidade no casal

Aonde esperam a maioria das pessoas – e sonham – encontrar a felicidade? No casal evidentemente. Aqui também descobri algo que abre novos horizontes.

Querem que conte? Quando os dois componentes do casal têm uma relação com sua mãe, são felizes.

Algumas pessoas se sentem sozinhas. Algumas mulheres e alguns homens vivem com esta solidão. Dito isto, resumo meu descobrimento em uma só frase: sem mãe não há casal!

Algumas mulheres dizem: desejaria encontrar um homem. Não é assim como funciona. Devemos carregar primeiro á mãe no coração, e depois, encontraremos um homem. Sem mãe, não há homem!

Naturalmente, isto também é válido para o homem. Sem mãe, não há mulher! Porém aqui não sei exatamente o que acontece porque algumas mulheres desejam ocupar o lugar da mãe e, desta maneira, faze o homem feliz. Entretanto, já sabemos a que conduzirá.

Portanto, o primeiro caminho que leva à felicidade é estar enraizados e, a partir daí, nos liberaremos e nos sentiremos felizes.

Os obstáculos para a felicidade

Naturalmente existem muitas coisas que se opõem à felicidade: tudo o relacionado com a história da família e os acontecimentos que aconteceram.

As Constelações Familiares, tais como as proponho, mostram como podemos superar tais obstáculos referente ao amor e à felicidade.

Muitas pessoas continuam pretendendo o contrário quando são felizes. Por quê? Porque pensam que assim protegem sua felicidade.

Muitas pessoas pensam que devem pagar pela felicidade. No entanto quanto mais pagamos para tê-la, menos teremos, naturalmente!

Isto também é uma ideia que deriva da religião.

Exemplo:

"Sou feliz"

A mulher fala para Hellinger: Três irmãos e irmãs do meu pai morreram quando eram crianças. O pai do meu pai morreu prematuramente e meu pai também morreu aos quarenta e nove anos de um câncer.

Hellinger: Quando acontecem coisas assim em uma família, o amor pelos seus exige frequentemente que se tome parte em seu destino.

Hellinger para a mulher: Feche os olhos e agora imagine todos estes mortos. Primeiro seu pai e depois o pai dele, assim como os irmãos e irmãs do seu pai que estão mortos.

E diga-lhes: "Vejo-os. Levo-os em meu coração. Amo-os".

Depois olhe além deles, muito longe, para seu destino.

Enquanto você olha além deles, para seu destino, eles também se voltam para seu próprio destino – com amor. E o Destino também lhes olha com amor.

Depois, afastam seu olhar de você para dirigi-lo para seu destino. Em companhia do destino, dirigem seu olhar além deste, para algo Maior, de onde tudo vem e ao que tudo volta. E nesse momento, tudo estará bem.

E diga-lhe a um deles: "eu irei depois, porque o amo”... Escutou-o?

Depois, olhe para seu próprio destino e junto com seus filhos diga-lhe: "sim",

E seu destino também se girará e olhará mais longe para algo Maior.

Agora, gire-se para seus filhos e diga-lhes: "podem confiar em mim, ficarei".

E diga-lo também para seu marido. Ficará feliz por você tê-lo feito. Olhe-o nos olhos e diga-lhe: "sou feliz".

Hellinger para o grupo: Agora seu marido ficará bem e seus filhos também.

Hellinger para a mulher: Como se sente?

A mulher: Mais livre,..., liberada.

Que me faz feliz? E como ser feliz?

Quando me giro para todos da mesma maneira. Girar-se para todos não significa amar todos de maneira emocional, senão dirigir-se a todos com respeito e animado por um amor espiritual. Isso é girar-se para todos participando em um movimento de criação que está trabalhando detrás de tudo, que se dirige a tudo da mesma maneira.

Não é possível considerá-lo de outra forma.

Quando excluo alguém da minha atenção benevolente, perco a felicidade. Como pode um ser humano excluir outro? Somente é possível se ele se sentir superior.

Todos aqueles que se sentem melhores que os outros, excluem alguém. Todos aqueles que julgam de maneira negativa alguém ou o condenam, o excluem. Esta arrogância deriva da moral.

Se pensarmos bem, esta arrogância chega tão longe que, em nome da moral, aqueles que se sentem superiores dizem para os outros: "este tem direito a viver, este outro não".

Não é monstruosa a pretensão que se oculta detrás desta moral? Mas as pessoas moralizadoras não são felizes, certeza que não!

A felicidade deriva desta disponibilidade para com os outros. Esta "disponibilidade" é um trabalho e uma qualidade de toda uma vida. No fundo, não é nada além de "benevolência" para cada um.

Sintam um pouco o que acontece em vocês quando praticam a benevolência. Talvez tenham algo contra alguém. Agora, olhem para essa pessoa e digam-lhe: "desejo-lhe o melhor – desde todos os pontos de vista".

Leio na cara de alguns dos que estão aqui que se sentem mais felizes!

A "benevolência" torna-nos felizes; a "malevolência", pelo contrário, torna-nos infelizes, não somente aos outros senão também a nós mesmos.

Podemos verificar e renovar esta benevolência com nós mesmos. Eu verifico frequentemente esta benevolência em mim.

Verifiquei que quando caio na agitação ou no ciúme, já não estou unido com minha alma nem com meu coração.

Vocês também podem senti-lo imediatamente. Então, hoje à noite, sentarei – caso não possa fazê-lo hoje á noite o farei, como muito tarde, amanhã de manhã – e me perguntarei: "a quem neguei minha benevolência?"

E, de repente, aparecerão essas pessoas diante de mim internamente e girar-me-ei novamente para elas, simplesmente com benevolência. Com benevolência, sem julgar, simplesmente benevolente. Então, sentir-me-ei sereno novamente.

Esta é outra maneira de ser feliz, pelo caminho da Benevolência.

O momento presente

Agora, gostaria de dizer algo mais sobre a felicidade.

Qual é o segredo da felicidade? Aonde a felicidade acha sua plenitude?

No momento presente.

A felicidade está toda no momento presente.

E o que se opõe à felicidade? O fato de afastar-se do momento presente. Já seja porque olhamos para trás ou porque olhamos para frente.

Então, esquecemos o momento presente.

E, ao mesmo tempo, esquecemos a felicidade do momento. Estar presente em cada momento é uma elevada disciplina que podemos praticar.

Fechem os olhos. Toda a vida está somente no momento presente. Em cada momento, a vida está aí em toda sua plenitude. Em cada momento, agora, está a plenitude da vida.

Então, abrimos nosso coração a este momento, ficamos felizes por este momento, agradecemos este momento.

Aqui não existe nostalgia nem temor. Todo o temor estabelece-se no futuro. Toda a nostalgia pertence ao passado. No momento mesmo, não lamentamos nem tememos nada.

Por que as crianças são tão felizes?

Porque somente vivem o momento presente!

O trabalho

Um homem: Trata-se do trabalho.

Hellinger: O problema do trabalho é fácil de resolver. (Hellinger coloca primeiro o homem e depois uma representante para o trabalho, em frente dele. O trabalho dá um passo atrás e fica de costas).

Hellinger: Não é estranho que não tenha trabalho. O trabalho não gosta de você! Está contra você porque não o respeita. O trabalho foge de você. Mas não é sua culpa. Agora, quem era o trabalho?

O homem: Alguma coisa com a qual não estou unido e por isso estou sem motivação.

Hellinger: quem representa o trabalho aqui? A sua mãe! Sem mãe, não há trabalho - que fez para sua mãe?

O homem: Neste momento, sinto que se afastou de mim.

Hellinger: Minha pergunta era muito concreta.

O homem: Parti.

Hellinger: Que significa isso?

O homem: Tenho pouco contato com ela. Afastei-me dela.

Hellinger: Que fez realmente?

O homem: Afastei-me claramente dela.

Hellinger para o grupo: Acredito que continuará desempregado. Não há nada que fazer! Sem mãe não há trabalho. Aquele que se afasta da sua mãe, afasta-se do trabalho – e o trabalho afasta-se dele.

Hellinger para o homem: Você lhe fez algo e isso lhe faz mal.

Feche os olhos.

(O homem cobre o rosto com suas mãos e começa a chorar ruidosamente).

Hellinger (depois de um tempo): Sua mãe ainda vive?

O homem: Sim. Meu pai já morreu.

Hellinger: Então, ainda terá uma oportunidade. Agora, entrou em contato com ela, está bem, é lindo, muito lindo.

Vou fazer-lhe algumas sugestões específicas.

Escreva-lhe uma carta. Recorra sua infância a partir do seu nascimento e olhe tudo o que fez por você durante todo esse tempo. Escreva-lhe isso, dizendo-lhe que o leva em seu coração. Tudo aquilo que lhe deu, tome-o em seu coração.

(O homem assente baixando a cabeça).

Hellinger: Exatamente!

No final, diga-lhe algo mais: se alguma vez precisar de mim, estou aqui para você.

(O homem está muito comovido).

Hellinger: Agora, encontrará trabalho rapidamente.

(Ambos riem a gargalhadas).

Hellinger para o grupo: Agora é feliz. É bonito. Não há dúvida, as mães fazem-nos felizes.

Hellinger para o homem: Bom, finalizarei por aqui.

Tomar por completo os Pais

Hellinger para o grupo: Gostaria de dizer algo mais neste contexto.

Frequentemente, olhamos para nossa mãe e para nosso pai e pensamos: havia algo de errado. Não eram perfeitos. Temos expectativas muito estranhas para nossos pais, como se tivessem que ser como Deus. Não exatamente, ainda um pouco melhor evidentemente.

É terrível o que fazemos com nossos pais com tais expectativas. Depois acreditamos que temos o direito de pedir-lhes explicação por isso, porque não eram como Deus.

Crescemos e tornamo-nos capazes de desenvolver-nos na vida porque eram normais, com defeitos, quase com os mesmos que nós temos.

Agora, acabo de ter uma estranha experiência interna.

Anteriormente contei como aumentou meu sentimento fundamental. Tomei minha mãe em meu coração, tomei-a totalmente.

O surpreendente é que tudo aquilo pelo qual achava que podia censurá-la – dizer-lhe: "deveria tê-lo feito melhor" – tudo isso ficou fora (como na porta).

Curiosamente, quando tomamos nosso pai e nossa mãe tal como são em nosso coração, continuam totalmente em nosso coração sem aquilo que nos fazia ter objeções, seja o que fosse.

É uma bonita experiência. Também ajuda poder falar assim.

A reconciliação

Esta reflexão vem depois da Constelação de um homem, cujo avô tinha levado um transporte de prisioneiros a um campo de concentração. Aproximadamente no fim da guerra, o avô deste homem morreu nesse mesmo trem durante um ataque aéreo.

Os perpetradores somente podem descansar ao lado de suas vítimas. Porém, não podem ir para suas vítimas, a não ser que elas lhes deem um lugar. Aqui, conseguimos ver o difícil que era para as vítimas.

Uma das vítimas permitiu que o perpetrador fizesse contato com ela. Depois estiveram em paz entre eles. A representante desta vítima convidou com olhar aos que ainda não haviam se reconciliado. Que ela tivesse deixado um lugar ao seu lado para o perpetrador não convinha às vítimas. Para quem isto é grave?

É grave para as vítimas enquanto se neguem a deixar um lugar para o perpetrador.

Depois, acrescentei um representante para a Alemanha. Frequentemente, existe outro obstáculo para a reconciliação entre perpetradores e vítimas. É a Alemanha, ou mais bem, os alemães!

Referente a isto, gostaria de fazer um pequeno exercício com vocês.

"Reconheço que sou como vocês"

Fechem os olhos e sintam interiormente que pertencem inevitavelmente a este campo espiritual que é a Alemanha.

Neste campo estão presentes os perpetradores, as vítimas e todos os que eram entusiastas. E todos estão nesse mesmo campo, da mesma maneira.

Estamos expostos a eles, tanto aos entusiastas como aos que pretendiam não saber nada e também aos que se distanciavam de tudo isso como se não pertencessem a esse campo.

E expomo-nos aos perpetradores, aos soldados e às vítimas de qualquer dos lados.

Expomo-nos aos perpetradores, porém também – por assim dizê-lo– abandonamo-nos a eles, abertos a tudo e compartilhamos seu sentimento, exatamente como eles; e lhes dizemos:

"Reconheço que sou como vocês, sem distinção. Com humildade e amor, honro sua lembrança em minha alma. Reúnem-se em meu coração com o sofrimento e a culpabilidade, com tudo tal como aconteceu".

Depois, olhamos além, para algo Maior, além do Tudo, ao que todos pertencem da mesma maneira e ao que foram entregues da mesma maneira e onde todos estão em boas mãos da mesma maneira.

Diante desta força, detemo-nos, imóveis, com recolhimento, sem perguntas, simplesmente assim.

Felicidade e Desgraça

A partir do momento no que uma pessoa deixa aquelas do passado em paz e não carrega mais o que lhes pertence, estas estarão também em paz e poderão seguir seu próprio caminho. Portanto, é grave que algumas pessoas pensam depois que deveriam fazer ainda algo por estes mortos.

Como por exemplo: vingá-los ou encarregar-se de determinadas coisas em seu lugar, ou compensar. Desta maneira, envolvem-se em situações que não as concernem.

Esta é também uma das causas que leva à desgraça e nos torna infelizes.

Deveríamos talvez explicar um pouco mais o que se está realizando em segundo plano?

A felicidade da pertença

Uma das minhas tomas de consciência fundamental refere-se ao funcionamento da consciência.

Por assim dizê-lo, fiz a consciência descer do céu para trazê-la para a terra.

De repente, percebi que a consciência é um instinto e não algo espiritual.

Um cachorro também tem consciência!

Observaram que, às vezes, um cachorro pode ter má consciência? Portanto, a consciência é um tipo de instinto. Somente a encontramos nas matilhas, nos rebanhos.

Quando um membro da manada faz algo pelo que poderia ser excluído, tem má consciência. Então, mudará seu comportamento para poder fazer parte, de novo, do grupo.

E agora, se traspormos isso aos homens, isto é o que acontecerá.

A consciência une-nos a um grupo que é importante para nossa sobrevivência, mas também, une-nos com os outros grupos com os quais desejamos nos relaciona.

A consciência é um órgão de percepção instintivo. Podemos compará-la com o sentido do equilíbrio. O sentido do equilíbrio também é um órgão de percepção instintivo com o que podemos constatar rapidamente se estamos em equilíbrio ou não. Da mesma maneira, mediante a consciência, podemos perceber se ainda temos direito de pertencer ao nosso sistema ou não.

Quando fizemos algo que poderia excluir-nos, temos má consciência. Então, mudamos de comportamento para poder pertencer de novo ao nosso clã.

E se tivermos permissão para pertencer, sentimo-nos felizes e inocentes. No fundo, a maior nostalgia do homem é: sua pertença.

Esta é a razão pela que não há maior desgraça que a de estar excluído. E como castigamos os criminais?

Excluindo-os evidentemente!

Aprisionamo-los ou matamo-los.

A exclusão é o pior que pode existir.

O maior bem é a pertença. E com a ajuda da nossa consciência, sabemos o que está bem para nós e para o grupo e o que está mal para nós e para o grupo.

A felicidade cega

Explicarei isto um pouco mais detalhadamente.

Para pertencer ao seu sistema, uma criança é capaz de tudo. A pertença é mais importante para ela que sua própria felicidade e sua própria vida.

Muitas pessoas sacrificam sua vida por esta pertença.

Por exemplo: os soldados.

Muitas pessoas comprometidas com as outras, estão dispostas a sacrificar sua vida pela comunidade - como elas dizem! Porém, de fato, trata-se da pertença. E como as honraremos especialmente? Quando tenham feito algo pelo seu grupo colocando em perigo sua vida.

Às vezes, em nome da pertença, uma pessoa diz determinadas frases interiormente: por exemplo, diz para sua mãe morta ou para seu pai morto ou para um irmão ou para uma irmã morta: “sigo-a".

Então, pode adoecer ou desejar morrer no seu lugar. Observamo-lo com a anorexia por exemplo.

Uma menina anoréxica diz em seu coração: "prefiro desaparecer antes que vê-lo desaparecer". Para quem o diz? Para seu querido papai. É o que diz por regra geral. A maioria das vezes, faz isso pelo seu pai. É amor e este amor deriva da consciência.

Quando essas crianças ou adultos morrem, todos têm: "boa consciência".

Sentem-se inocentes e além do mais, felizes!...

Meu Deus, que felicidade! E que infelicidade para aquele que dizem: "melhor eu que você"!

Como se sente o pai ao qual sua filha lhe diz interiormente: "morro em seu lugar"?

Esta dinâmica deriva da consciência, tornando-nos felizes e inocentes por uma parte e, por outra, opondo-se à vida. Portanto, não está de acordo com a vida. No entanto, a Grande Felicidade está em harmonia com a vida.

A felicidade é mais que o sentimento de inocência

Outra das minhas tomas fundamentais de consciência é também que existem duas consciências!: Uma superficial e outra oculta detrás. Em nossa cultura, somos inconscientes desta consciência. Trata-se de uma consciência arcaica, a mais antiga e que existiu antes da consciência moral que sentimos. Esta consciência é a consciência arcaica do grupo. Ela vigia que se respeitem determinadas leis dentro do sistema.

A primeira lei é: esta consciência não tolera nenhuma exclusão.

Com a consciência moral, excluímos pessoas sentindo-nos melhores que elas. Com esta outra consciência, isto não existe. Todos os que pertencem ao grupo têm o mesmo direito de pertença. É uma lei férrea no que a concerne.

Agora, imaginem uma época antiga, na que os homens viviam em hordas. Podiam excluir alguém? Era imaginável? É esta consciência a que os manteve unidos. Ninguém podia ser excluído, teria sido o pior que poderia acontecer com a horda, nem sequer passaria por suas cabeças. Todos faziam parte do grupo.

E que faziam com os assassinos? Se tivessem sido cristãos, os teriam matado ou enviado ao deserto.

Atualmente ainda existem grupos arcaicos. Esta consciência original lá manifesta o que é capaz.

No ano passado, falei com um chefe índio no Canadá. Disse-me que, na sua língua, não existia uma palavra para "a justiça". Eles não têm o conceito de consciência como nós o entendemos. Com nosso conceito de consciência, gritariam rapidamente justiça. Ao contrário, estão de acordo com a consciência original. Perguntei-lhe: "Que fazem então com um assassino?".

E respondeu-me: "é adotado pela família da vítima". Lá não existe exclusão. Estão em ressonância com esta consciência arcaica.

Esta consciência atua também em nós, mas de maneira amplamente inconsciente. Como atua? Quando excluo alguém do meu coração, torno-me como ele, exatamente como ele.

Mais uma coisa, depois alguém do grupo se identificará com o excluído e o representará sem perceber.

Isso é uma intrincação! Vem desta consciência arcaica e responde outra lei fundamental que é: todos aqueles que chegaram depois, irão depois e isso desde todos os pontos de vista.

Isto significa: todos aqueles que chegaram antes, têm prioridade sobre aqueles que chegaram depois ao grupo.

Por isso, as pessoas que chegarão depois, não têm direito de tomar algo do destino de uma pessoa que estava lá, antes deles.

Toda violação desta lei é severamente castigada com a infelicidade.

A violação desta lei conduz à desgraça.

Quando alguém diz: " sigo-o (na morte)", viola esta lei.

Entretanto, viola esta lei com boa consciência. Isso é o estranho porque estas duas consciências se opõem entre si.

Como alcançamos a felicidade?

Dando prioridade á consciência arcaica. Isso implica que devemos renunciar à inocência da consciência moral.

A consciência arcaica é muito mais exigente. É aqui onde estamos unidos a muitas mais pessoas. As tragédias, todas as tragédias, incluídas as tragédias familiares, derivam do fato que alguém que nasceu depois, carrega com boa consciência algo de alguém que nasceu antes.

Como por exemplo: querendo vingar ou querendo encarregar-se de algo de um ancestral. Todas as tragédias terminam com a queda dos heróis mesmo que tenham tido boa consciência e tenham atuado por amor.

Portanto, a felicidade é muito mais que o sentimento de inocência, é muito mais, é uma façanha!

Uma façanha da alma – que passa através da toma de consciência -.