Artigo de Alain Boudet, 2013.
Doutor em Ciências Físicas
Doutor em física teórica, Joël Sternheimer foi aluno de Louis de Broglie, Prêmio Nobel de física em 1929, posteriormente continuou a investigação sobre a física de partículas em Princeton, Estados Unidos. É professor na Universidade Europeia de Investigação de Paris.
Cada aminoácido emite uma onda característica, diferente das ondas infravermelhas. A existência destas ondas chamadas ondas de escala foi demostrada pela física quântica. Foi o físico Joël Sternheimer quem as descobriu. Propôs novas aplicações práticas em agricultura e medicina que respeitassem o meio ambiente e os organismos. Com as ondas de escala, deixamos o campo artístico e educativo para entrar em um diálogo íntimo com a natureza e com o ADN.
É durante a construção de uma proteína que os aminoácidos emitem uma onda de escala específica. Em primeiro lugar, o gene transcreve-se em um ARN mensageiro, depois da eliminação dos “íntrons”. Sua estrutura está feita da sucessão de códons, em grupos de 3 nucleotídeos. Posteriormente, este ARN mensageiro abandona o núcleo da célula e viaja para a planta de fabricação, uma estrutura chamada ribossoma, na qual está amarrado. Aqui é onde os aminoácidos são trazidos um por um, na ordem dos seus códons correspondentes e depositados no ARN mensageiro.
É neste breve momento da colocação no ARN que o aminoácido emite uma onda cuja frequência de vibração pode ser calculada. Na medida em que a proteína se sintetiza mediante o subministro e montagem sucessivos de aminoácidos, cada um deles emite seu sinal, de modo que a proteína em seu conjunto produz uma sucessão de frequências. Estas ondas são chamadas ondas de escala porque a teoria quântica mostra que estão vinculadas a diferentes escalas de observação.
Esta sucessão de frequências lembra uma sucessão de notas musicais, sobretudo porque as proporções destas frequências são análogas aos semitons da escala musical. Portanto, podemos designar esta sequência com o termo de melodia quântica, com a exceção que suas notas estão longe das frequências audíveis.
J. Sternheimer teve a ideia de transpor esta melodia quântica em uma melodia audível por mudança de oitava, isto é, dividendo as frequências por 2 um número suficiente de vezes, neste caso 76 vezes. Por este meio, cada aminoácido tem uma nota musical específica.
As proteínas, que estão formadas por dúzias ou centenas de aminoácidos, geram uma melodia real. Cada proteína caracteriza-se por sua própria melodia chamada "proteodia". A duração das notas está fixada pelo intervalo de tempo que realmente transcorre entre a colocação de dois aminoácidos. Dado que muitas sequências de aminoácidos são conhecidas e estão disponíveis em várias bases de dados, como a da National Biomedical Research Foundation nos Estados Unidos, Joël Sternheimer pode compor as melodias específicas de um grande número delas.
Assim, as proteínas emitem uma melodia quântica. Ao mesmo tempo, são sensíveis à música que recebem. Uma proteína ressoa com sua própria “proteodia”. Quando tocamos esta “proteodia” musical, por exemplo, com uma gravação emitida por alto-falantes em células que contêm esta proteína ativa, a proteína reage mediante uma aceleração da sua síntese.
Outro fenómeno surpreendente é que é possível compor uma melodia "contrária" a esta “proteodia”, e que a “proteodia” contrária tem uma ação inibidora sobre a síntese.
A intensidade das ações estimulantes e inibidoras depende do número de vezes que se repete a “proteodia”, do seu volume de som, seu tom e sua velocidade.
As primeiras demonstrações da interação entre a proteína e a síntese de proteínas foram realizadas com verduras. O crescimento das plantas depende de uma proteína, responsável da síntese de um hormônio de crescimento que difere para cada planta, o que significa que cada uma requer uma “proteodia” específica para ativar seu crescimento.
A planta jovem é submetida à música através de alto-falantes. O número de momentos de exposição é variável, uma ou mais vezes por dia, por exemplo, de 30 segundos a uns poucos minutos. O som chega às folhas e difunde-se dentro do meio celular que é líquido, até a proteína em questão.
Em maio de 1993, em um jardim em Ariège (sul da França), foram plantadas, ao mesmo tempo, diferentes verduras de origem idênticas: tomates, pimentões, cenouras, vagem, cebolas, alhos franceses, abobrinhas, beterrabas, berinjelas e coentro. Uma parte, cultivada sem "proteodias”, serviu como testemunha. A outra parte recebeu a mesma preparação, as mesmas condições de cultivo, com a adição de "proteodias". Emitiu-se uma sequência de som, diferente para cada vegetal, correspondente às proteínas envolvidas em seu crescimento, aproximadamente às 13:30 horas, uma ou duas vezes por dia, até o mês de agosto.
Os resultados, estimados a partir do tamanho da planta, o número de flores e frutos, e outras observações, são muito significativos. Por exemplo, os tomates, no começo do mês de agosto eram duas vezes mais numerosos que nos controles.
Outra série de experimentos em um jardim de inverno na Suíça em 1994 centrou-se na resistência do tomate à sequia. A proteína TAS14 controla esta resistência. Desde 26 de julho até 11 de agosto, esta proteína foi transmitida 3 minutos por dia a um lote experimental. Os resultados foram inequívocos. As folhas dos tomates normais se secaram, enquanto os tomates tratados com "proteodia" permaneceram verdes. O experimento foi repetido no Senegal em julho de 1996. As medidas mostraram um rendimento multiplicado por quatro.
Um vírus está formado por uma molécula de ácido nucleico (ADN ou ARN), rodeada por uma capa de proteínas chamada “cápside”. Segundo o mesmo processo, é possível definir uma "proteodia" inibitória correspondente à cápside. Era interessante saber se a ação inibitória é capaz de deter a virulência dos vírus prejudicais.
Em 1996 foi realizado um experimento em Bruailles, na Borgonha francesa, sobre uma doença dos tomates, que se manifesta pelo encaracolado das folhas. Todas as folhas expostas à “proteodia” inibitória tornaram-se novamente verdes e lindas.
Em junho de 1992, Joël Sternheimer apresentou uma patente para este processo de estimulação ou inibição titulada “Processo para a regulação epigenética da síntese de proteínas”. O termo epigenética significa que o processo não modifica o gene em si mesmo, senão que intervém em seu modo de expressão ao aumentar ou diminuir a taxa de produção da proteína.
Os industriais mostraram-se muito interessados em colocar em praticar o processo. Por exemplo, no Japão, a companhia Gomei-kaishaTakada apresentou uma patente em 1991 que tem como objetivo melhorar a fermentação das leveduras utilizadas para a fabricação de condimentos de tamarindo e missô.
Parte da música popular contém "proteodias", evidentemente, sem que seu compositor o saiba. Este é o caso, por exemplo, com o tema de “O Sole Mio” (Oh meu sol!), uma popular canção de Nápoles que o tenor Enrico Caruso fez famosa. Corresponde à estimulação de uma proteína que tem um papel de acumulação de energia nas células do girassol (transforma-se no sol).
Este é também o caso do Cânone de Pachelbel. O tema corresponde a uma proteína de estresse. O “Cânone” de Pachelbel está relacionado com os proto-oncogenes. O "Cânone" de Pachelbel tem, portanto, uma função de reduzir o estresse e inibir o desenvolvimento de certos tipos de câncer e outras doenças relacionadas com o estresse.
A canção Amor, tomada da obra musical de Romeu e Julieta, corresponde a uma proteína que promove a fertilidade. De fato, houve um aumento na taxa de natalidade no momento da sua produção (no ano 2000).
Outros exemplos de "proteodias" incluídas na música são dados na seção em inglês da website japonês Bekkoame.
A levedura de pão anima-se com una melodia especialmente feita para ele.
Para fazer pão, devemos preparar farina, água, levedura, etc. Que o pão forneado se torne saboroso ou não depende principalmente da atividade da levedura durante a fermentação, sempre que sejam utilizados os mesmos alimentos. Se a atividade da enzima chamada álcool desidrogenado (ADH), que está contida na levedura do pão e tem um papel importante na fermentação, é estimulada durante a fermentação da massa pela música da enzima, é possível obter um pão delicioso.
De fato, em uma prova às cegas para comparar o sabor entre o "pão musical" e o pão normal sem música, o primeiro foi muito mais elogiado.
Por certo, referente ao motivo pelo qual a Sinfonia Pastoral ajuda a fazer um pão delicioso, o Dr. Sternheimer analisa: "uma parte da melodia para ativar o ADH está contida no tema do primeiro movimento da sinfonia". Para o pão, portanto, a sinfonia toda não é necessária, é suficiente somente o primeiro movimento.
Existe um profundo significado em escutar música cômoda para o ouvinte.
O estresse não é o mesmo para todas as pessoas e o mais importante é escutar música cômoda para o ouvinte. Isto sugere que uma variedade de proteínas está envolvida na produção de estresse. Portanto, se as proteínas envolvidas na produção de estresse se especificam analisando a música com a qual o ouvinte se sente cômodo, é possível obter uma música mais apropriada para a redução do estresse. Este método também pode ser aplicado ás doenças.
No entanto, deve notar-se que um sintoma pode estar relacionado com várias proteínas diferentes. O contrário também é certo: uma proteína pode ter relação com vários sintomas.
A própria pessoa sabe do que precisa
“Agora é obtida uma nova perspectiva para o tratamento médico, que é completamente diferente da que conhecemos”.
Somente nós mesmos podemos saber e entender exatamente o que está acontecendo em nossa mente e corpo. Portanto, a música de proteínas é muito importante para nós: ajuda-nos a sentir, por nós mesmos, nossos estados mentais e físicos e posteriormente a curar nossa mente e corpo por nós mesmos. “A iniciativa no tratamento médico agora está sendo devolvida dos médicos aos próprios pacientes”.