Itália 2010
HOMEM: Trata-se do problema do trabalho.
HELLINGER: O problema do trabalho é fácil de resolver.
(Hellinger coloca primeiro o homem e depois, diante dele, uma representante do trabalho. O trabalho retrocede um passo e se afasta.)
HELLINGER: Não é de surpreender que você não tenha trabalho. Ele não gosta de você. O trabalho NÃO gosta de você. Está zangado com você porque não o respeita. O trabalho o evita. Porém, não é devido ao trabalho. E, quem era o trabalho?
HOMEM: Era algo que está muito longe de mim. Não havia um movimento para lá.
HELLINGER: Quem era isto, o trabalho? Era sua mãe. Sem mãe não há trabalho. O que lhe fez?
HOMEM: No momento, sinto que está afastado de mim.
HELLINGER: Minha pergunta era muito concreta.
HOMEM: Fui embora.
HELLINGER: Que significa isso?
HOMEM: Tenho pouco contacto com ela. Afastou-me.
HELLINGER: Que lhe fez?
HOMEM: Afastou-me dela.
HELLINGER (ao grupo): Acredito que continuará desempregado. Não se pode fazer nada. Sem mãe não há trabalho. Quem se afasta da mãe, se afasta do trabalho, e o trabalho dele.
HELLINGER (ao homem): você fez algo que a machucou. Feche os olhos.
(O homem cobre o rosto com as mãos e começa a soluçar.)
HELLINGER decorrido um tempo: sua mãe ainda está viva?
HOMEM: Sim. Meu pai já morreu.
HELLINGER: Então, ainda tem alguma oportunidade, agora se comunicou com ela, bem, muito bem. Ela lhe fará algumas propostas concretas.
Escreva-lhe uma carta. Então, recorra sua infância, desde seu nascimento, e veja tudo o que ela fez por você, o tempo todo. Escreva-lhe isso, e tome tudo em seu coração. Tome em seu coração tudo o que lhe presenteou.
(O homem assente.)
HELLINGER: Exato. E no final escreva-lhe também: sempre que precisar de mim, estarei com você.
O homem está muito comovido.
HELLINGER: Em breve você encontrará trabalho.
(Ambos riem ruidosamente.)
HELLINGER (ao grupo): Ficou feliz. Bem. As mães fazem felizes, sem dúvida alguma.
HELLINGER (ao homem): Pronto, deixarei assim.