Livro “La Sanación”, Bert Hellinger, 2011, pág. 51 a 54
Quais são as consequências do amor do espírito quanto à nossa atitude em relação a tudo?
Este amor pode ser sentido? Ou é apenas pura existência, um estar presente? Uma existência que assente (diz sim), inclusive a nós, tal como somos, e assente para o tempo designado para nossa existência. Para o amor do espírito não existe mais ou menos pertencimento. Para ele não existe nenhum direito maior ou menor de pertencer. Para ele, nada vai além do existir presente.
O amor do espírito sempre se mantém em movimento. Se mantém em um movimento criador. De acordo com ele, assentimos (dizemos sim) a este movimento. Nos incluímos e deixamos nos levar para onde for que nos leve, a nós e aos outros. Este movimento sempre está presente com tudo e em todo momento.
Como podemos saber se estamos nos movendo em sintonia com o amor do espírito? Quando nos acalmamos internamente até o ponto máximo.
Nos sentimos intranqüilos, se queremos outra coisa do que este movimento.
Ao perder a calma, sentimos que o amor do espírito nos abandona. Nossa viagem criadora com ele se detém, pelo menos em nosso sentimento. No entanto, não é possível que sejamos eliminados, nem nós e nem nada que esteja presente junto conosco.
No amor do espírito estamos sustentados por uma consciência própria que nos permite perceber, em todo momento, se estamos em sintonia com ele. Ao contrário da consciência que percebemos como culpa e inocência, a consciência espiritual se sente como calma ou inquietude.
Às vezes, sentimos essa inquietude de maneira dolorosa. A dor vai crescendo conforme nos distanciamos da entrega a tudo tal como é. Essa consciência nos mantém no caminho.
Apesar de não sentirmos, de nenhuma maneira, o amor do espírito em nós, como amor, já que é espiritual, os demais o percebem como se fosse um amor benevolente. Se sentem aceitos e bem na presença daqueles que o irradiam. Ao seu redor, tudo pode ser, assim como é.