Brigitte Champetier de Ribes
Tradução: Eliana Medina, Ana Laura Gortari e Judit Miriam Scheinik
As constelações são um serviço à vida, nos permitem descobrir a dimensão sistêmica oculta que direciona nossas decisões, nossas emoções e nossos destinos. Graças a estas tomadas de consciência, somos capazes de reorientar nosso dia-a-dia para mais vida, mais saúde, mais amor. Para uma maior realização!
Por um lado, permitem uma abertura da consciência que, por sua vez, cura a nossa vida. Nos ajudam a estarmos mais vivos, na força e na responsabilidade do adulto, a estarmos centrados, no respeito e na gratidão. E, com isso, nossas vidas começam a mudar.
Por outro lado, a ferramenta baseada na representação de outros, sem saber nada deles, desde o centro vazio, apenas impulsionados por um lento e silencioso movimento curador, permite uma cura profunda, frequentemente surpreendente e rápida, de qualquer sofrimento de nossa vida.
Rejeitar algo só serve para que esse algo cresça.
Temer algo é atrair esse algo.
Somente o assentimento (reconhecer e dizer sim)(*) nos libera das cargas e permite que se inicie a mudança.
Nossa vida é energia, é movimento e mudança. Se fluímos com esse movimento, vamos para mais vida. Se nos opomos a ele, a mudança não chega, a estamos bloqueando.
Contudo, uma forte influência sistêmica nos leva a imitar o que já existe. O sentimento de culpa nos impede de sermos autênticos: como vou me atrever a abandonar a tradição?
Além do mais, nossa mente tem medo de mudança: agarra-se ao conhecido e quer repeti-lo várias vezes. Estamos continuamente freando a corrente viva da vida com nossos medos, ilusões, frustrações... Nos custa reconhecer que a vida está nos falando através das provas, problemas, conflitos ou acidentes. Cada dificuldade é necessária para que dela germine algo novo. Mas, para que dê seus frutos, temos que aceitar vivê-la...
Para que nossos problemas nos falem, primeiro temos que aceitá-los. Aceitar todos os limites que configuram nosso destino. Somente, então, a vida voltará a seguir seu fluxo.
No problema, está a solução, está a vida!
Nossas vidas estão determinadas pelo nosso sistema familiar e pelos outros sistemas a que pertencemos. Uma observação sistêmica a qual não podemos ignorar é a seguinte: os menores (que vieram depois, descendentes)(*) têm que terminar o que seus maiores (que vieram antes, ascendentes, antepassados)(*) não terminaram. Toda emoção segue um ciclo que permite acabar em paz e adaptado a um nível mais alto da realidade. Se um enfrentamento não chegou à reconciliação, se não se agradeceu um favor, se não se terminou de chorar um morto, um descendente terá que viver este mesmo conflito, até que se resolva. Nosso destino está marcado por várias fidelidades a ancestrais que não acabaram algo. E seus conflitos serão nossos conflitos, mesmo que nos neguemos a assumi-los.
A cada dia nosso destino varia, se torna mais fácil quando assumimos algo e piora quando o rejeitamos.
Por isso que o primeiro requisito antes de se configurar uma constelação é assentir ao que nos toca e nos responsabilizarmos pelas consequências de todos os nossos atos, emoções e pensamentos.
O que é o essencial para mim atualmente?
No caminho da vida que sigo, o que é que realmente preciso?
O que é que tento várias vezes e não consigo?
Existe um padrão de repetição em minha vida, nas minhas atitudes, nas minhas escolhas?
Algo aconteceu, algo que não posso integrar?
A constelação não vai além do que a pessoa oferece. No equilíbrio entre dar e receber, a pessoa assume e agradece sua vida tal como ela é, e a vida irá lhe presentear com uma mudança. A mudança será proporcional ao que nós liberarmos por amor!
O constelador não é o curador; ele apenas se coloca a serviço do seu destino, do seu sistema familiar e da energia, permitindo que outras forças (movimento do espírito, forças de cura, ressonância etc.) trabalhem fazendo emergir uma nova realidade da sua própria vida
Esse movimento de cura respeita o livre arbítrio da pessoa e não irá além do quanto ela se rende ao amor, à aceitação e ao respeito.
Por outro lado, não existe cura individual: a cura é de todos. A solução é necessariamente uma solução boa para todos. Por isso, não podemos esquecer os detalhes do que queremos conseguir. Somente as forças de cura sabem qual pode ser a solução boa para nós. E nossa abertura à vida, tal como ela é, irá permitir que se desenvolva uma solução totalmente inesperada e boa para todos.
Os que querem controlar o curso de sua vida, o fazem durante um período e logo o controle necessariamente lhes escapará; e irão viver a polaridade do seu controle.
O constelador não vai se fazer de pai nem de mãe, não é um protetor, nem é um mago: não pode mudar meu destino, nem me liberar de minhas responsabilidades ou de minhas culpas. Tampouco vai poder transformar meus sonhos em realidade. Só vai se centrar, permitindo que o cliente se conecte com seu próprio centro vazio. Aí reside toda a cura!
Na Nova Constelação Familiar, veremos um fenômeno duplo:
Diante do cliente e do constelador vão se manifestar as dinâmicas ocultas que governam a vida do cliente como membro de distintos sistemas.
Os pequenos (descendentes)(*) estão a serviço dos maiores (ascendentes)(*). Nós, os vivos, estamos a serviço dos mortos. Assim que aceitamos esta hierarquia e este serviço, os mortos passam a nos ajudar, permitindo que nossa vida tome um novo rumo.
Aparecem as desordens dos campos(1) (relação de casal, relação com os filhos, relação com os pais etc.) aos quais o cliente está vinculado.
E começa a se manifestar um movimento de reconciliação(2) entre os ancestrais, que vai até onde a atitude interna do cliente o permita.
E, por sua vez, este movimento de reconciliação libera o cliente de sua intrincação (emaranhamento)(*).
O que ocorre entre cliente e ancestrais é totalmente circular, sistêmico.
O cliente está conectado com o campo energético no qual se desenvolve a constelação. O cliente está em interação recíproca com esse campo. Guiado pelo constelador, irá fazendo, internamente, afirmações curadoras, reconhecendo, sem medo, o que existe (sigo você na morte, pago por você etc.) e tomando decisões conscientes (me despeço de você, deixo a culpa com você, honro você etc.) que irão atuar sobre o desenvolvimento da constelação, pois o movimento do espírito mostra o caminho ao cliente, mas não o obriga a tomá-lo se ele não se decide por isso.
Quando acaba a constelação, o constelador se retira e se esquece, deixando o cliente com toda sua força e sua nova autonomia, totalmente aberto à vida e à sua nova consciência.
Apenas um adulto pode constelar, pois apenas ele assume suas responsabilidades, é capaz de reconhecer o que existe e pode tomar decisões pessoais e autônomas (como dizer sim, despedir-se, devolver algo...).
Um adulto, para o sistema familiar, é o que se mantém, é autônomo, trabalha. Enquanto que um filho que é mantido por seus pais não é autônomo e não pode tomar decisões autônomas, pelo que não pode constelar; mas seus pais podem constelar por ele.
Estamos aqui, em um espaço de entrega à vida, e fazemos isso com humildade e com o propósito de acessar a realidade tal como ela é, qual seja a informação que possa ser revelada.
O segredo profissional do terapeuta se estende, pois, a todos os participantes. Por isso, nos comprometemos a respeitar, de modo absoluto, a confidencialidade deste Workshop.
A pessoa, muito centrada, escolhe se quer trabalhar um tema essencial para sua vida atual ou se prefere deixar que o campo faça surgir a dinâmica inconsciente que tem que ser curada com prioridade neste momento.
O terapeuta lhe diz, então, que escolha, entre os presentes, um representante para si e outro talvez para seu tema.
Os participantes recebem a consigna (orientação)(*) de colocar-se a serviço da vida do cliente, abrindo-se a algo maior, e se deixarão empurrar para a constelação como se já estivessem representando.
Sobre a representação: a constelação não é psicodrama, não é emocional, não tem que representar nada. Poderíamos dizer que é uma terapia corporal; trata-se de deixar-se levar por algo que impulsione nosso corpo independentemente de nossas emoções ou de nosso diálogo interno. É uma meditação ativa!
Os participantes se recolhem internamente, como para estar num estado de meditação e, a partir desse momento, apenas se deixam guiar por algo que impulsione seus corpos sem que saibam porque. Quanto mais lento for seu movimento, mais curador será. A qualidade da constelação depende muito da qualidade da representação: o representante em estado meditativo, sem pensamento, se deixa levar por um movimento, que é sempre um movimento de reconciliação e de cura.
É importante lembrar que o representante não tem NADA a ver com o que vai representar. É tomado por um movimento do qual simplesmente ela se faz o canal, a ressonância. Em profundo silêncio e respeito.
A partir do centro vazio e do assentimento a tudo como é, o grupo de participantes se coloca à disposição da cura da pessoa que constela, deixando-se agir pelo campo, em completo silêncio e sem saber o que representam, na maioria das vezes. Quando Brigitte o sente, a pessoa introduz frases curativas ou se coloca em sintonia com algo ou com alguém. A dinâmica interna da família vai se mostrando, a intrincação (emaranhamento)(*) surge.
A partir desse momento o constelador irá sentir a necessidade de passar a outro nível: ver tudo, honrar e agradecer a todos os ancestrais, a todos os destinos, e entregar-se à vida agora, despedindo-se do passado com gratidão e escolhendo a vida.
Quando o cliente escolhe a vida, tudo começa a curar-se. Todos, incluindo os mortos, experimentam uma mudança radical. Podemos chamar essa mudança de um salto quântico ou mudança a uma nova realidade que vai acompanhada de uma abertura de consciência. Mais consciência para mais vida!
A constelação pode acabar assim que o movimento de cura tenha se manifestado, quando a pessoa se sente tomada pela vida e pela força. É o constelador que sabe quando interromper uma constelação. Lembremos que o movimento em curso irá continuar em todas as pessoas representadas, mesmo após o término da constelação.
A constelação não é para ser analisada. Ela coloca em curso um movimento ao qual nos entregamos com confiança e gratidão.
Às vezes, o constelador sente que não tem permissão para fazer entrar em cena os ancestrais da pessoa e que a cura virá por ressonância com os vivos. Ou sente que a força curadora, para a pessoa, está na ressonância com os presentes.
A constelação se inicia da mesma maneira que a Constelação Familiar, com um representante ou dois (a pessoa e seu tema). Posteriormente, a consigna (orientação)(*) para o resto do grupo é também de colocar-se a serviço, entregando-se a algo maior. E se acrescenta: "agora vocês vão representar a si mesmo".
O movimento de cura irá se delineando graças à relação profunda que irá se desenvolvendo entre várias pessoas. Esta relação permite que suas ressonâncias vão se sincronizando, até chegar à cura.
Os representantes, na medida em que se entregaram sem colocar nada de sua parte, totalmente recolhidos e em silêncio interno, receberão, em troca, cura. Não se sabe de que maneira, mas irão se sentir diferentes, com mais força e maior consciência.
A sintonia entre duas pessoas vivas faz com que sua energia se duplique. A ressonância de cura que nasce desses encontros no campo, entre vários representantes de si mesmo, é de uma força muito poderosa para todos os que entram em sintonia.
Nota
(1) Movimento da Alma
(2) Movimento do Espírito
(*) Explicações introduzidas durante a tradução, visando auxiliar a compreensão de um termo utilizado pela autora que não é de uso comum no Brasil
Durante os dias seguintes à sua constelação, você estará em um período de sensibilidade e emotividade intensificadas, com a memória e o inconsciente muito abertos, como se você estivesse energizado ou em um estado alterado de consciência. Por esse motivo, é muito aconselhável, durante estes dias, uma terapia energética (crânio-sacral, acupuntura, polaridade etc.), pois os efeitos da constelação e dessa terapia se potencializarão mutuamente.
Depois, durante várias semanas, inclusive vários meses e, em alguns casos, anos, você continuará processando a informação recebida no dia da sua constelação. Nesse período irão ser elaboradas as mudanças sistêmicas e energéticas que irão ocupar um lugar em você, em outros membros da sua família e nas pessoas que estão em ressonância com você. São mudanças muito profundas e sutis: mudanças de crenças, mudanças de energia, mudanças de "roteiro", que implicam que você irá deixar várias compensações às quais tem muito apego, que irão lhe chegar novos objetivos.
Algumas pessoas se sentem mexidas, estranhas, durante uns dias. Assim como depois de qualquer psicoterapia, atravessa a fase de mudanças com ilusão, curiosidade, paciência, senso de humor. Irá descobrir, depois, às vezes logo em seguida, que se sente fluir de um modo novo, cheio de energia e de amor por si mesmo e pelos demais.
Às vezes se produz uma resolução fisicamente dolorosa, como dores, gripe, cansaço. Cuide-se, são etapas normais de "desintoxicação".
Não tome decisões precipitadas; você gastaria em vão a energia que, pouco a pouco, vai se apropriar. As decisões virão sozinhas!
Posteriormente você irá perceber que empreendeu um giro em sua vida e que este giro fluiu sozinho, porque você já está totalmente no aqui e agora, aproveitando e desfrutando do que lhe cabe, usufruindo ao máximo de suas possibilidades. Que flua, não significa que vem sozinho; vem graças à sua entrega, ao seu novo respeito pelo sistêmico e pela vida tal como ela é, à sua tomada de consciência, à sua decisão de assumir suas responsabilidades.
A constelação continua agindo durante um tempo; é necessário dar-lhe seu espaço. E não existe regra para saber quando constelar de novo.
Os sistemas aos quais pertencemos irão enviar sinais na forma de nova dificuldade quando eles precisarem que voltemos a constelar; e, às vezes, isso acontece muito rápido. Pense que não há regra! Seu corpo, suas emoções, sua vida, irão lhe dizer quando. Alguns irão sentir a necessidade de trabalhar sistemicamente diferentes aspectos de sua vida que irão surgindo no cotidiano, e aprenderão a fazer isso sozinhos, tornando-se cada vez mais autônomos.
Enquanto isso, participar da constelação de outras pessoas é muito recomendável, sempre que você o sinta, que lhe dê vontade. Possibilita novas tomadas de consciência, novas liberações e reforço do processo iniciado.
Com o tempo, nos momentos de stress, é possível que você observe novamente reações ou sintomas que a constelação fez desaparecer. Aparecem novas camadas da cebola, mas agora você tem mais experiência; o que ainda não está liberado totalmente volta a se manifestar para uma nova tomada de consciência.
Também tenha em conta que a constelação interrompe o "motor" sistêmico, a origem de nossos problemas, e nos permite viver na energia criativa, mas o cérebro tem gravado estes velhos problemas e, em momentos de cansaço ou dor psíquica, o mesmo cérebro, buscando a economia energética, recorre ao velho conhecido, embora com menos força, mesmo que já não tenha sentido... Então, nos cabe um trabalho de purificação e aceitar-nos como somos... Também nos daremos conta que os apoios terapêuticos periódicos de todo tipo são úteis para "desgravar-nos" e manter-nos energeticamente fluidos.
Desde que Hellinger se aproximou do amor ao espírito e de seu movimento, a compreensão das constelações tem mudado. Temos nos dado conta que o importante de uma constelação é o movimento que se coloca em curso para o cliente, não a imagem final... Inclusive uma pessoa pode esquecer completamente sua constelação, esquecer as imagens da sua constelação. O movimento interno posto em marcha dentro dessa pessoa e de seu sistema familiar não precisa dessas imagens. Somos movimento...
Tomo minha vida e meu processo com amor e admiração.
Cada um de nós está a serviço da vida,
vivendo a etapa que nos corresponde viver;
cada um de nós é como temos que ser,
todos juntos
ressoando todos com todos.
Agradeço a todos que me permitiram chegar onde estou,
agora sei que tudo o fizeram por amor.
Agradeço a oportunidade de devolver sua dignidade
e seu lugar às pessoas não honradas.
Alegro-me pelo patrimônio de humanidade
que estou entregando às gerações futuras.
Também para a saúde física e financeira dos que facilitam constelações
Estes Workshops irão lhes permitir aprender a constelar a partir da segurança das Novas Constelações, pois as Novas Constelações – Familiares, Sistêmicas, Quânticas – têm uma eficácia surpreendente para o cliente, para o grupo e para o próprio constelador.
Hellinger nos avisou de que, quando um constelador “usurpa”, mesmo que seja sem perceber, o lugar do movimento do espírito, diferentes fracassos e doenças vão lhe apontando que está indo por um mal caminho, para que se entregue ao centro vazio, se coloque a serviço de algo maior, deixando esse Algo agir através dos representantes.
Ao participar de um Workshop das Novas Constelações, vocês poderão aprender, através da observação, como dirigir uma constelação sem interferir com as forças de cura, evitando as contra-transferências inconscientes, deixando-se conduzir pelo centro vazio e pelas informações que surjam do campo.
Verão como preparar o grupo para o centro vazio, de modo que as pessoas participem das constelações sem as possíveis manipulações que poderiam “capturar” o constelador. E como conduzir o cliente e o grupo em ressonância com o centro vazio em direção à vida, soltando (despedindo-se)(*) o passado e a morte com amor, respeito e gratidão à vida tal como ela é, provocando, então, a maior cura em todo o sistema familiar.
Aprenderão a deixar-se guiar pelo campo e por todas as manifestações corporais dos representantes.
Brigitte dará as explicações didáticas que estão em ressonância com a cura de cada caso e responderá as perguntas que sejam feitas.
"Ao estar presente neste Workshop, você participa de uma grande alma que lhe abraça se você abre seu coração, se conecta com sua participação interior e se entrega com respeito aos acontecimentos.
Nas constelações, você pode sentir o impulso de agir, de tomar posição ou consolar a uma pessoa que acaba de constelar. Ao agir assim, você entra em ressonância com sua história e alivia a si mesmo. Portanto, ainda que lhe pareça difícil, é importante deixar os demais na energia deles, sem perguntar-lhes, sem encorajá-los, sem felicitá-los. Deste modo, a constelação de uma pessoa se transformará na de todos!
As constelações atuam quando as pessoas as deixam exatamente da maneira que as viu. É uma imagem espacial e atemporal, das profundezas, e tem sua força quando se deixa tal qual se mostrou. Qualquer discussão sobre seu conteúdo destrói a imagem.
O mesmo acontece quando uma pessoa acaba de trabalhar e alguém do grupo se aproxima depois e lhe pergunta: "Como foi?", "O que você irá fazer agora?". O que estão fazendo é pisotear sua alma. É fatal invadir desta maneira a alma de outra pessoa, como se tivéssemos o direito de fazê-lo. Ninguém tem o direito de fazê-lo. Tampouco serve tentar consolar. A pessoa é forte. Porque, no fundo, a pessoa não quer consolar ao outro e, sim, utiliza o outro para consolar a si mesma.
Não deve interferir. E isso é válido para todo este trabalho.
A pessoa que constela tampouco deve agir imediatamente. Assim, não funciona. A imagem tem que descansar em sua alma. Às vezes, durante muito tempo, talvez meio ano ou mais. E a pessoa não faz nada para mudar! As imagens já atuam, simplesmente estando. E ao final de um tempo na alma, se reúne a força necessária para fazer o correto. Aquilo que é correto e bom será diferente do que se acaba de ver. A alma da pessoa sabe muito mais entretanto; e, ao final, a pessoa segue a sua própria alma e, assim, tem toda a força.
Portanto, não se segue nem ao terapeuta e, nem tampouco, a essa imagem. A pessoa segue a sua alma. Mas essa imagem impulsionou algo em sua alma que, posteriormente, tornará possível ela agir.
Então, você tem que lidar com essas imagens."